REVOGADA PELA LEI Nº 2264/2018
LEI N° 1.808, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2008
AUTORIZA O PODER PÚBLICO MUNICIPAL A CRIAR O CMHIS – CONSELHO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL E FMHIS – FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL.
A
CÂMARA MUNICIPAL DE AFONSO CLÁUDIO, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usando das atribuições que lhe são conferidas por Lei,
tendo aprovada a Lei Municipal nº 1.808 de 30 de OUTUBRO de 2008,
resolve encaminhá-la ao Senhor Prefeito Municipal para sanção e promulgação.
A CÂMARA MUNICIPAL DE AFONSO CLÁUDIO,
DECRETA:
Art.
1º Fica o Poder Executivo
Municipal autorizado a criar o Conselho Municipal de Habitação de Interesse
Social (CMHIS), vinculado a Secretaria Municipal de Assistência e Ação Social,
órgão deliberativo, composto de representantes do poder público, representantes
de movimentos sociais e representantes de entidades de classes com finalidades
de propor e deliberar, planos e programas de Política Habitacional do Município,
bem como atuar na sua fiscalização.
Art.
2º Para fins do disposto nesta
Lei, considera-se:
I
– família de baixa renda: aquela cuja situação sócia econômica, não lhe
permita arcar, total ou parcialmente, com os custos de quaisquer formas de acesso
à habitação, a preços de mercado;
II
– financiamento habitacional: o mútuo destinado à aquisição de lote
urbanizado, e/ou da construção, da conclusão, da recuperação, da ampliação ou
da melhoria da habitação, bem como as despesas cartorárias e as de legalização
do terreno;
III
– habitação: a moradia inserida nos contextos urbanos e rurais, providos
de infraestrutura básica, os serviços urbanos, os equipamentos comunitários
básicos, ser obtida em forma imediata ou progressiva, localizada em área situação
legal regularizada;
IV
– habitação de interesse social: as habitações urbanas, novas ou usadas,
com o respectivo terreno;
V
– áreas de interesse igualitário: são áreas destinadas à produção de
habitação de interesse social, com destinação específica e normas próprias de
uso e ocupação do solo;
VI
– lote urbanizado: parcela legalmente definida de uma área, conforme as
diretrizes de planejamento urbano municipal, que disponha de acesso por via pública
e, no seu interesse, no mínimo, de solução de abastecimento de água e
esgotamento sanitário e ainda de instalações que permitam a ligação de energia
elétrica;
VII
– custo de acesso à habitação: os valores relativos à prestação de financiamento
habitacional, taxa de ocupação, aluguel ou derivados do direito de superfície,
direito de uso, ou quaisquer outras formas de acesso à habitação;
VIII
– assentamento subnormal: assentamento habitacional irregular (favela,
mocambo, palafita e assemelhados) localizados em terrenos de propriedade
pública ou particular, ocupado de formas desordenadas e densas, carentes de
serviços públicos essenciais inclusive em áreas de risco ou legalmente
protegidos;
IX
– regularização fundiária: é o processo de intervenção pública, sob os
aspectos jurídicos, urbanístico e social, que objetiva legalizar a permanência
de população moradoras de áreas urbanas, ocupadas em desconformidade com a lei.
Art.
3º Compete ao Conselho Municipal
de Habitação de Interesse Social:
I
- propor e aprovar as diretrizes, prioridades, estratégias e instrumentos da
Política Municipal de Habitação de Interesse Social;
II
– propor e participar das deliberações, junto ao processo de elaboração do
Orçamento Municipal, sobre a execução de projetos e programas de urbanização,
construção de moradias e de regularização fundiária;
III
– acompanhar e avaliar a execução da Política Municipal de Habitação e
recomendar as providências necessárias ao cumprimento dos respectivos
objetivos;
IV
– propor e aprovar os planos de aplicação dos recursos do Fundo Municipal de
Habitação de Interesse Social, instituído pela presente Lei;
V
– definir as condições básicas de subsídios e financiamentos de recursos do
FMHIS;
VI
– regulamentar, fiscalizar e acompanhar todas as ações referentes a subsídios
habitacionais;
VII
– aprovar as contas do Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social
(FMHIS);
VIII
– apreciar as propostas e projetos de intervenção do Governo Municipal
relativas às ocupações e assentamentos de interesse social;
IX
– apreciar as formas de apoio às entidades associativas e cooperativas
habitacionais cuja população seja de baixa renda, bem como as solicitações de
melhorias habitacionais em autoconstrução ou ajuda mútua de moradias populares;
X
– propor ao Executivo Municipal a elaboração de estudos e projetos, constituir
comissões especiais e câmaras, quando julgar necessário, para o desempenho das
suas funções;
XI
– elaborar seu regimento interno;
XII
– convocar e realizar uma Assembleia Anual aberta com o objetivo de prestar
contas e dar devidos esclarecimentos à sociedade civil organizada.
Art.
4º O Conselho Municipal de
Habitação de Interesse Social – CMHISA será composto por 16 (dezesseis) membros
titulares e 16 (dezesseis) membros suplentes, sendo paritário e representado
pelos seguintes órgãos:
I
– Representante governamental:
a)
Secretaria Municipal de Assistência e Ação Social;
b)
Secretaria Municipal de Planejamento;
c)
Secretaria Municipal de Infraestrutura;
d)
Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos;
e)
Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
f)
Secretaria Municipal de Finanças;
g)
Procuradoria Municipal;
h)
Secretaria Municipal de Agricultura.
II
– Representante da Sociedade Civil:
a)
quatro representantes das Associações de Moradores;
b)
dois representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL Afonso Cláudio – ES;
c)
dois representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Afonso Cláudio.
Art.
5º O Conselho terá a seguinte
composição:
I
– Plenário;
II
– Mesa Diretora;
III
– Comissões Especiais.
§
1º O Plenário, órgão soberano do
CMHIS, composto por todos os seus membros, titulares ou suplentes, será
considerado instância máxima de deliberação.
§
2º A Mesa Diretora será composta
paritariamente pelo Presidente, Vice-Presidente, Secretário e Tesoureiro,
eleitos, com um quórum mínimo de 2/3 (dois terços) de seus integrantes,
respeitando o caráter de alternância entre o Governo e a sociedade civil.
§
3º As Comissões Especiais
tratarão de assuntos específicos relacionados às questões habitacionais de
Interesse Social e serão criadas a critério do Conselho e de acordo com suas
necessidades, na forma prevista no Regimento Interno.
§
4º Na composição e funcionamento
do CMHIS deve ser observado o seguinte:
I
– cada entidade ou órgão será representado por um titular e um suplente;
II
– o mandato dos representantes do CMHIS será de dois anos, podendo ser renovado
uma única vez por igual período;
III
– os representantes da Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio – PMAC será
indicados pelo Prefeito, no prazo de 90 (noventa) dias, após a publicação desta
Lei;
IV
– os representantes da sociedade civil organizada serão por aquelas definidas
no art. 4, inciso II, escolhidos no prazo estabelecido no inciso III.
Art.
6º A função de Conselheiro, não
será remunerada, terá caráter público relevante e seu exercício considerado
prioritário, justificando sua ausência do conselho a quaisquer outros serviços
quando determinada pelo comparecimento às suas sessões do Conselho, reuniões de
comissões ou participações em diligências.
Art.
7º Todas as matérias pertinentes
ao funcionamento do Conselho serão devidamente disciplinadas pelo Regimento
Interno, a ser elaborado no prazo de 90 (noventa) dias após a posse dos
Conselheiros.
Parágrafo
único. O Regimento Interno e suas
alterações posteriores serão aprovados por 2/3 (dois terços) dos membros do
Conselho, em sessão plenária, e posteriormente homologados pelo Chefe do Poder
Executivo.
Art.
8º As despesas decorrentes do
funcionamento e das atividades do CMHIS constarão no orçamento da Secretaria Municipal
de Assistência e Ação Social, cabendo a essa apoiar financeira, técnica e
administrativamente o Conselho.
DO FUNDO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL –
FMHIS
Art.
9º Fica instituído o Fundo
Municipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS, de naturezas contábeis,
cujos recursos serão exclusiva e obrigatoriamente utilizados, nos termos que
dispuser o regulamento em programas ou projetos habitacionais de interesse
social.
Art.
10 Constituirão recursos do
Fundo:
I –
os provenientes do Orçamento Municipal destinados a Habitação Social;
II
– os provenientes das dotações do Orçamento Geral da União, classificados na
função habitação, na sub-função infraestrutura urbana e extra orçamentária
federais;
III
– os provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que lhes
forem repassados;
IV
– os provenientes do FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, que lhes forem
repassados, nos termos e condições estabelecidas pelo respectivo Conselho
Deliberativo;
V
– as dotações efetuadas, com ou sem encargo, por pessoa jurídica de direito
público ou privado, nacionais ou estrangeiras, bem assim por organismo
internacionais e multilaterais;
VI
– outras receitas previstas em lei.
Art.
11 A regulamentação das condições
de acesso aos recursos do FMHIS e as regras que regerão a sua operação, serão
definidas em ato do Poder Executivo Municipal, a partir de proposta oriunda do
CMHIS.
Art.
12 A Concessão de recursos do
FMHIS poderá se dar das seguintes formas:
a)
fundo perdido;
b)
apoio financeiro reembolsável;
c)
financiamento de risco;
d)
participação societária.
Art.
13 A administração do FMHIS será
exercida pela Secretaria Municipal de Assistência e Ação Social, sendo-lhe
facultada a delegação de competência, ouvido o Conselho e mediante instrumento
próprio, na implementação das atividades correspondentes, competindo-lhe:
I
– zelar pela correta aplicação dos recursos do Fundo, nos projetos e programas
previstos nesta Lei e sua regulamentação;
II
– prestar apoio técnico ao CMHIS;
III
– analisar e emitir parecer quanto aos programas que lhes forem submetidos;
IV
– acompanhar, controlar, avaliar e auditar a execução dos programas
habitacionais em que haja alocação de recursos do Fundo;
V –
praticar os demais atos necessários à gestão dos recursos do fundo e exercer
outras atribuições que lhes forem conferidas em regulamento.
Art.
14 O CMHIS e FMHIS serão
regulamentados em até 180 (cento e oitenta) dias, após a publicação desta Lei.
Art.
15 Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicação.
Art.
16 Revogam-se as disposições em
contrário.
Plenário Monsenhor Paulo de Tarso Rautenstrauch
Afonso Cláudio, 30 de outubro de 2008.
ALTAMIRO THADEU FRONTINO SOBREIRO
Presidente
O Prefeito Municipal de Afonso Cláudio, Estado do
Espírito Santo, Faz saber que a Câmara Municipal de Afonso Cláudio aprovou e Eu
sanciono a presente Lei.
Prefeitura Municipal de Afonso Cláudio-ES, em 10 de
novembro de 2008.
EDÉLIO FRANCISCO GUEDES
Prefeito Municipal
Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Afonso Cláudio.